Diretores Transnacionais latino-americanos (1985-2007) e filmes transnacionais

Olá meus amores, então, mais um post sobre cinema em um geral. 

Dessa vez uma coisa mais "nacional" sqn, é meio nacional e meio internacional. Mas Lion como assim ?! Então, hoje eu vou falar sobre um movimento que aconteceu a um tempo atrás, mas que vemos até hoje muito reflexo e até mesmo isso acontecendo em si. Bom assim, esse texto aqui em baixo é o meu resumo sobre o texto, que fiz para a faculdade, que fala sobre esse assunto. Mas no final dele eu vou esclarecer um pouco mais e dar uns exemplos que temos que chega a ser absurdamente óbvio esse acontecimento. 

E vamos lá!

Diretores Transnacionais latino-americanos 
(1985-2007)

O texto de Transnacionais latino-americanos remete ao acontecimento histórico de diretores começarem a produzir seus filmes em outros países que não são de origem e com a língua nativa do lugar onde estão produzindo, exemplo Babenco produzir um filme nos EUA com o idioma falado em inglês. Algumas vezes gerado alguns momentos como diretores fazerem filmes no pais de origem, mas com uma produção estrangeira, usando o capital exterior. Isso é dado o nome de "diretores Transnacionais"

Em meio a isso, começou a ocorrer uma decadência em uns países devido a situações políticas. Situações como mudança de governo, crise financeira de estados. Sabendo nós que "Arte pode ficar em segundo plano porque não é essencial" (fala de pessoas escrotas e que preferem meter a mão do dinheiro e falar que está investindo em algo). Isso começou a acarretar muitos problemas de investimento e de produções, como a quantidade de filmes produzido no país e também a quantidade de salas que sobraram para exibições. Em meio a essa visão, e tentando reaver esses problemas, começaram a ocorrer produções em massa e os filmes começaram a serem exibidos de forma simultânea (filmes comerciais com BO)

Alguns diretores voltaram as origens e produziram filmes de origens de seus países. Outros não se importaram com isso, pois achavam que o único jeito de sobreviver era produzir filmes em países que geravam renda, mesmo que para isso, tenha que abrir mão de um conceito de suas raízes. E outros diretores se tornaram híbridos do cinema, isso quer dizer que, eles produziam filmes nacionais e internacionais, exemplo, nosso amigo que fez tropa de elite e também “Robocoop”, ele é um diretor hibrido e que nesse contexto é bem explicado (José Padilha).

No final, ele explica que devido à grande demanda gerada de filmes (tanto de filmes comerciais quanto de BO) para alavancar o cinema (mesmo não dando muito certo inicialmente) perceberam que os filmes começaram a rodar o mundo e gerar uma aceitação com os filmes latino-americano. Não se trata então de internacionalizar os filmes latino-americano, mas sim de gerar uma ampla circulação desses filmes por todos os cantos.

Cinema de passaporte exemplos de diretores:
(Italiano) Bernado Bertolucci
(Gergo) Costantin Costa Gavras
(Polonês) Roman Polanski
(Alemão) Wim Wenders
(Alemão) Fritz Lang
(Australiano) Billy Wilder
(Polonês) Rudolph Mate
(Holandês) Paul Verhoeven
(Chinês) John Woo
(Argentino) Héctor Babenco
Alberto Cavalcanti (Brasileiro) dependendo da década é filiado à vanguarda Francesa, ao documentário inglês e até mesmo ao cinema brasileiro de estúdios, respondendo em cada momento a questões cinematográficas do tempo histórico e do lugar onde filmava.

Há também muitas associações e circulação de mão de obra entre as empresas. 18 das 50 maiores produtoras Europeias pertencem as majors de Hollywood. Metade das 50 maiores distribuidoras também é de empresas dos EUA. Como 60% do retorno financeiro do cinema americano provem do mercado externo, os estúdios têm investido em produções de outros países para equilibrar o caixa e reverter a imagem negativa de ocupadores de mercados, aliando-se, supostamente à política de exceção ou diversidade, que passou a ser questão política desde a tomada de posição da França e do Canadá na reunião do Gatt, em 1933, na qual o cinema foi retirado das regras econômicas de abertura de mercado.

Deslocamento entre aeroportos, aduanas (Os direitos pagos na alfândega) e cultura, começou a ser comum diretores depois de um filme de sucesso específico fazerem um remake americano. A condução das refilmagens ser as mesmas que criaram o original, não significa que se manteve algo da origem.

Exemplo: (Alemão) Michael Haneke, fez carreira na França e na Áustria, estreia nos EUA com o remake de “Funny games” (1995) /
(Franco-Holandês) George Sluizer, fez carreira no Brasil, Canadá, Alemanha, Holanda, estreia nos EUA com “The vanishing”, remake do seu filme Holandês “Spoorloos” (1998) no Brasil, ambos foram lançados como “O silêncio do lago” e o original veio somente em VHS /
(Japonês) Hideo Nakata fez “Ringu 1” e 2 no Japão, o remake do primeiro nos EUA como “The ring” que fora dirigido por Gore Verbinski, já a segunda parte fora feita por ele, e foi programado um terceiro filme para 2008

Essa ampla migração de mão de obra criativa, principalmente entre Europa-EUA tem variado de acordo com o contexto histórico.

O primeiro ciclo de americanização foi nos anos 20 e foi fruto de um “êxodo organizado” conhecido como brain drain (evasão de cérebros) – os estúdios americanos queriam tirar das empresas concorrentes os principais talentos, para a “artilharia” de Hollywood

O segundo ciclo foi nos anos 30-40, a ascensão do nazismo e a 2GM, com suas causas e efeitos, causaram uma nova diáspora (dispersão de um povo em consequência de preconceito ou perseguição política, religiosa ou étnica). Ex: Fritz Lang, Billy Wilder, Otto Preminger, Douglas Sirk

Com o desgaste dos ideais do cinema novo, nacional e de autor que era procurado nos anos 60-70, emancipar-se das convenções hegemônicas. Diretores europeus e latino-americanos passaram a filmar onde era oferecido dinheiro.
90-00 esse fluxo aumentou mais ainda

Disso surgiu duas coisas: 1º o fato de que começou a surgir filmes sem nacionalidade, com equipes de várias nacionalidades 2º sem abandonar sua origem, seu estilo, conseguiu consolidar uma influência no cinema americano
    Ex: John Woo, influência no cinema de ação americano

Paul Verhoeven que acabou aderindo ao cinema mainstream (Mainstream ("corrente principal") é um termo inglês que designa o pensamento ou gosto corrente da maioria da população. É muito utilizado atualmente referindo-se às artes em geral (música, literatura, etc.) – com robocop, o vingador do futuro, instinto selvagem – mas sem ser mainstream à lá Verhoeven tratando-se de efeitos da manipulação, dos mecanismos de controle
Mundialização da cultura e a circulação de produtos audiovisuais, com as fronteiras, nacionalidades e identidades tornando-se moveis, fluidas e flexíveis, estimulando comunidades “guarda-roupa”

Tem-se então um declínio da soberania nacional como reguladora da coexistência, resultando em filmes de nacionalidade flexível ou múltipla, que reflete na “dissolução de qualquer relação estável entre o local de produção e/ou cenário de um filme e a nacionalidade de seus realizadores e atores”

Os principais nomes (que receberam o greencard depois do sucesso por parte de Babenco): brasileiros – Bruno Barreto, Walter Salles, Fernando Meirelles; argentinos – Luiz Puenzo, Alejandro Agresti; mexicanos – Luis Mandoki, Alfonso Arau, Alfonso Cuaron, Alejandro Iñárritu e Guillermo Del Toro.

Bom, então gente, em suma. São diretores e/ou pessoas que trabalham com cinema que saíram de seus países por diversos motivos e bom, fizeram muito sucesso em outros países / ou ficaram transitando entre esses países fazendo filmes / ou se naturalizaram nesse outro país e ai acabaram fazendo filme sem ser no de origem / ou que tiveram que se reinventar em outro país para poder fazer sucesso. 

Bom, dois exemplos claros que temos e/ou os únicos que eu sei temos 

- Meu amigo Hindu - 2015 - do argentino naturalizado Brasileiro Héctor Babenco 

Um filme brasileiro/ Paulistano, com alguns produtores internacionais, com um cara naturalizado, que se fala inglês e português e a estrela é internacional e fala inglês (basicamente é essa a ideia de transnacionalidade) 



- Zoom - 2016 - Pedro Morelli (diretor de cidade dos homens) 

Um filme com produção Brasil-Canadá dirigido por Pedro Morelli. Uma co-produção da O2 Filmes com a produtora canadense Rhombus Media, que mistura Live-action com Animação. Com atores brasileiros e internacionais, todos falando em inglês.


Fonte da imagem: http://revistapreview.com.br/wp-content/uploads/2016/03/zoom_personagens.jpg


Enfim, acho que é isso gente, qualquer dúvida vocês podem sempre falar comigo nas redes sociais ou por aqui mesmo nas perguntas. Anyway, fiquem bem

Bjs de Luz
Nox

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