Cara gente branca e segunda parte da minha "série" sem nome de posts de temas importantes
Quem está vivo sempre aparece
não é mesmo? Mesmo que meio viva, essa é uma das poucas vantagens de ficar
doente e ter até que levar soro na veia... olha em 20 anos eu sinceramente
nunca tive que ir mais de uma vez no hospital para me socorrer, mas enfim, nessa
mini falsa férias pude finalmente ver uma série que estava afim de ver, até
porque ela é curta e tem pouco tempo de duração cada episódio e porque
basicamente meu corpo só consegue nesse momento ter animo pra isso,
sinceramente não sei como to conseguindo escrever isso agora... acho que hoje
foi meu primeiro almoço em três dias. Enfim, vamos lá....
Cara gente branca
(Alerta de possíveis spoilers)

Que série é essa senhor do céu!!!!,
que coisa maravilhosa, e para coisas assim eu sinceramente não sei nem o que
falar então essa postagem acaba aqui, obrigada
Zoa, ta não foi engraçado Lion,
eu sei desculpa gente é falta do que falar mesmo
Mas por causa disso eu
agradeço ao o que meu pai leu pra mim hoje e é isso que eu vou transmitir para
vocês hoje meus espectadores lindos.
Tirado do segundo caderno do
jornal O Globo de quarta-feira dia 10/05/2017 a crônica de Ana Paula Lisboa,
com o título: “Queridos seres humanos”
O rostinho dessa moça maravilhosa aqui pra vocês saberem quem é essa maravilhosa pessoa que eu quero ser amiga dela aliás

Fonte: O globo, Ana Paula Lisboa escritora e ativista, revesa a coluna do segundo caderno com a atriz Maria Ribeiro (que é maravilhosa também aliás, um beijo Maria - que eu queria conhecer)
E por ser uma citação vai ser
tudo em uma letra menor, itálico e em aspas, mas não recuado porque ai já seria demais.
Boa viagem com umas
intervenções minhas:
“Carnaval
de 2017, eu me divertia despretensiosamente com os amigos vestindo minha
fantasia de “estrela prateada” no bloco Boitatá, na Praça XV. Até que meus
olhos o avistaram: homem, branco, vestido vermelho de babados, uma peruca de
cabelo crespo e o rosto pintado de preto. ”
Para elucidar é algo tipo isso aqui:

Essas coisas tenebrosas aconteciam no cinema antigamente (e nem tão antigamente assim) e que ninguém horrivelmente fala sobre isso, ou eu nunca achei nenhum texto falando sobre isso. Mas procurando uma imagem assim descobri que algo do gênero rolou esse ano... Mas eu coloco essa parte depois, voltando ao texto:
Nos milésimos de segundo
posteriores à imagem do homem passaram pela minha cabeça todas as discussões em
que eu havia me enfiado desde janeiro, os vários textões já escritos nas redes
sociais, as teses de mestrado e doutorado, as fotos, as peças de teatro, os
desenhos. Sim, a gente até desenha pra que as pessoas entendam! Eu pensei em
todas as vezes que eu disse: “eu não aceito, mas entendo”. E não, eu fiz
questão de não entender dessa vez.
Arranquei a peruca da
cabeça do homem e gritei: ” Mulher preta não é fantasia! ”. E mais, comecei a
atirar no homem latas de cerveja vazias. Eu tenho uma mira péssima, mas uma
delas surpreendentemente o acertou. E só parei porque me lembrei que as latas
eram de uma catadora mulher e preta, que a essa altura estava desesperada de eu
estar jogando fora o seu dinheiro.
Ele saiu gritando que
chamaria a polícia e eu gritei de volta que estaria ali no mesmo lugar
esperando, pra acusá-lo de racismo.
Eu, que nunca entrei numa
briga física, nem mesmo aquelas de escola. Eu, que sou absolutamente contra
todo tipo de violência. Eu me surpreendi com a reação agressiva do meu corpo, devolvendo
uma agressão. Ainda que ela não fosse física.
Apesar da agressão a mim
acho que essa situação precisa ser combatida de outra maneira.
Parece até ficção.
Mas é a mesma situação que
dispara a série “Dear white people”, estreante da semana passada na Netflix (já
tem mais de uma semana ok? Lembrando que a resenha é do dia 10 desse mês). Nunca
antes na história do site uma série tinha causado tanto rebuliço mesmo antes de
ser lançada. Desde o trailer, pessoas, em sua maioria, brancas, acusaram até a
série de “racismo reverso”, aliás, usando frases racistas. Mais que isso,
propuseram um boicote ao site e o cancelamento em massa das assinaturas. (E
realmente uma galera o fez…. Nada a comentar sobre isso porque sinceramente).
Tanto alvoroço porque o
diretor, Justin Simien, teve a segunda chance de contar a história de um grupo
de jovens negros em uma universidade de elite americana (E sim
eles também têm dificuldade de entrar e são julgados se são mesmo de lá ou
não... lembra algo né?) A
partir de uma festa de Halloween em que alunos brancos da mesma universidade se
“fantasiam” de pretos. Eu digo segunda chance porque o mesmo diretor realizou o
filme com o mesmo nome em 2014.

Justin Simien
Fonte da imagem: http://variety.com/t/justin-simien/
Mas eu entendo. É que as
pessoas não gostam de serem colocadas no mesmo balaio, como se fossem todas
iguais: burras, burguesas, racistas, sem empatia. (Sabe
aquele negócio que quando nós feministas – nós porque eu sou – falamos e aí
surgem homens até de um esgoto falando: MAS NÃO É TODO HOMEM. Se não é a mesma
coisa é bem similar.) Eu entendo. Eu sei como é. E há mesmo
tantas formas de ser branco no mundo, não é mesmo? Ninguém quer ser branco ou
preto, todos querem ser humanos.

Fonte da imagem: https://www.tumblr.com/search/dear%20white%20people*
Pois é disso que a série
fala: das maneiras de ser um negro humano, de militar contra o racismo, e mais:
de estar no mundo. Uma comedia negra, mas com personagens menos rasos e
simples.
Assim, assistam, não tenham
medo, não é uma serie de protesto, não foi feita para atacar. Foi feita “para
pessoas de todas as cores”. O diretor não quer que os brancos morram, ao contrário,
ele prefere ser absolutamente didático dizendo como, onde, quando e por que o
racismo existe usando cinco protagonistas e suas objetividades como negros
(na real são 5 protagonistas que se repetem e mais acho que 3, por mais que eu
acabei de ver eu não me recordo, mas enfim, se eu não me engano 3 coadjuvantes).
E talvez você deva
assistir não porque você precise que alguém te diga que não deve me chamar de
macaca. Espero que você não precise que alguém te diga que você não pode se
fantasiar nem no carnaval nem no Halloween e que que isso não é ferir seu
direito de expressão. Eu duvido que você precise que alguém te esclareça que
racismo reverso não existe.
Mas talvez assistindo você
entenda que é ofensivo me dizerem: “Ana, eu gosto das suas colunas porque você não
faz marketing racial”. Talvez você precise assistir para perceber que se achar
a professora salvadora dos alunos cotistas que não sabem nem pegar em um lápis é
racismo, talvez você precise assistir para não dizer sem nenhuma vergonha que
Carolina Maria de Jesus não faz literatura e achar que a esta defendendo de críticas
perversas.
Muitas vezes esperam um
manual prontinho sobre questões raciais, ou que todas as respostas estejam na
posta da língua de um indivíduo negro (que aliás até cansa, de ver
os personagens não podendo nem viver um drama de amor sem ter que estar ligado
a tudo isso porque estes têm que estar sempre com algo ali na agulha, imagina
na vida real) mas essas mesmas pessoas se esforçam
pouco para ouvir, ler, pesquisar. Desculpe, mas nem todos os dias a gente vai
desenhar ou dirigir filmes ou séries, as vezes a gente vai preferir arrancar as
perucas e tacar latinhas de cerveja.
Ah, eu indico
especialmente o capítulo V. É sobre tentar ser um negro despreocupado num sábado
à noite (que episodio senh@s), porque “as vezes ser
despreocupado e negro é um ato de revolução”. É também sobre não ser bom o
bastante, é sobre sua cor ser considerada uma arma de fogo, é sobre sentir
vergonha de ser quem se é, é sobre o medo da morte, é sobre chorar de impotência.
Pelo menos pra mim. Ah, e claro, é sobre esse episódio ser dirigido pelo Barry
Jenkins, ganhador do Oscar por “Moonlight”.
“Dear White people” é
sobre dramas coletivos a partir de cada indivíduo. Porque um indivíduo
fortalecido fortalece o coletivo, e um coletivo forte fortalece o indivíduo.
Mas, apesar de a serie
estar muito longe de ser um incentivo ao ódio as pessoas brancas (diferente
por exemplo de “O nascimento de uma nação” de Griffith que até ajudou a KKK a
ter forças novamente na época, apesar de que na época não se discutia isso e
não se tinha conhecimento, então no caso poderíamos dizer que Griffith não o
fez de propósito, de propósito não mais, muito erroneamente sim),
não se engane querida pessoa, é como diz Conceição Evaristo: “A nossa escrevivência
não pode ser lida como histórias para ‘ninar os da casa grande’ e sim para incomodá-los
em seus sonos injustos”.
Que textão né mesmo? Eu to aqui ainda sem palavras... e semi morta desse vírus
Bjs de Lux
Nox
Obs: aqui a notícia que eu falei - http://on.ig.com.br/imagem/2015-05-05/peca-e-cancelada-apos-acusacoes-racismo-por-usar-personagem-com-blackface.html
http://noticias.r7.com/sao-paulo/apos-acusacao-de-racismo-personagem-pintado-de-preto-e-retirado-de-peca-14052015
SURREAL
Obs 2: eu to apaixonada/ sou a Joelle (no jeito de ser/ sofrer)
Lena Waithe é uma ótima atriz, é muito talentosa e bonita, não há filme e série que não me surpreenda. Eu a vi recentemente em a jogador no 1 filme, você viu? A participação da atriz foi fundamental. Adorei, pessoalmente eu acho que é um filme que nos prende. A historia está bem estruturada, o final é o melhor! Sem dúvida o veria novamente, se ainda não tiveram a oportunidade de vê-lo, eu recomendo. Cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção.
ResponderExcluirOlá Areli ! Obrigada pelo o seu Feedback fico muito feliz com isso !
ExcluirSim concordo a Lena é maravilhosa mesmo, eu sempre espero coisa boa quando vejo ela no elenco.
Sim eu assisti o Jogador n° 1 e fiquei completamente obssecada, nem piscava quando vi kkkkkkk, eu quero no futuro fazer uma postagem só sobre filmes relacionados a games e roteiro para games, tem muito o que ser falado e estudado ali, é um outro universo, muito extenso e maravilhoso demais ! Espero que consiga escrever logo !
Continue acompanhando o blog para novidades e não esquece de dar aquela seguida la no face e no instagram ! Bjs de Luz, Nox